Resenha do livro "Essencialismo: A disciplinada busca por menos"
Leitura fundamental para quem, assim como eu, tem dificuldades de dizer não.
“A sabedoria da vida consiste em eliminar o que não é essencial.” — Lin Yutang
Com essa citação reflexiva Greg Mckeown inicia sua obra. Autoridade na filosofia essencialista, escreve e dá palestras pelo mundo todo para grandes empresas como Apple, Google, Facebook, LinkedIn e Twitter. E através deste livro, explica sua visão sólida sobre o estilo de vida.
De forma objetiva, para nos contextualizar, Greg trás diversas situações de rotina sobre momentos do nosso dia-a-dia em que caímos em vícios comportamentais que afetam nosso desempenho em busca de objetivos maiores.
Essa leitura é fundamental para quem, assim como eu, tem dificuldades de dizer não. Através dela temos a oportunidade de enxergar uma outra forma de viver e entendemos que “só quando nos permitimos parar de tentar fazer tudo e deixar de dizer sim a todos é que conseguimos oferecer nossa contribuição máxima àquilo que realmente importa.” Assim, nos faz pensar sobre o quanto concordamos com tudo ao nosso redor afim de evitar problemas, agradar os outros ou até mesmo pelo “sim” ter virado uma resposta padrão.
Quatro fases do essencialismo
Seguindo nosso fluxo de aprendizado, o autor divide a filosofia em:
- Essência, demonstrando qual é a mentalidade básica do essencialista.
- Exploração, explicando como discernir as trivialidades do vital.
- Eliminação, excluindo as coisas que identificamos como triviais.
- Execução, fazendo o que é vital quase sem esforço.
Assim, ao iniciar a leitura da obra, conseguimos visualizar nossa trajetória e entendemos como podemos aplicar cada uma das partes em nossa vida. Com isso, uma das passagens da primeira parte, quero compartilhar com vocês.
Paradoxo do sucesso
Exemplos como este, me ajudaram a buscar a raiz comum de muitos problemas de produtividade. Basicamente, o paradoxo implica na ideia de que “a busca pelo sucesso possa ser um catalisador do fracasso”, e por mais estranho que pareça, muitos de nós passamos por isso.
Em um determinado momento da nossa vida queremos nos destacar, crescer na carreira e nos tornar referência. Quando isso acontece, estamos sujeitos a ser extremamente solícitos a ponto de aceitar qualquer desafio que nos é proposto, mesmo que vá completamente na direção oposta dos nossos objetivos. Ao concordar com essas situações criamos um ambiente favorável para que mais momentos como esse surjam na nossa rotina. Dessa forma, de pouco em pouco, concordamos que nosso tempo seja tomado por atividades que nos afastam do nosso objetivo, como no desenho abaixo.
O pior é que, apesar de estar dando passos em todas as direções sem um propósito maior, temos a falsa sensação de sucesso por estar resolvendo muitos problemas ao agradar pessoas ao nosso redor, e não percebemos que estamos gerenciando mal nossa energia.
Sendo direto, dizer “sim” de forma automática, sem medir esforços ou discernir do que estamos abrindo mão para aceitar o desafio, nos afasta dos nossos sonhos.
O que aprendi
Não quero estragar as surpresas dessa leitura, mas como apreciador do minimalismo, cheguei até este livro e diante de toda informação, o aprendizado que levo e quero compartilhar é:
“Menos porém melhor”.
Estamos vivendo em uma era que as opções se multiplicaram, a quantidade de informação cresce a cada dia e tem sido mais difícil do que nunca separar o vital do trivial. Recomendo a leitura caso esteja procurando uma forma de direcionar a vida, especializar seus talentos e simultaneamente ter mais tempo para distribuir entre o que faz a caminhada ter sentido.
Caso opte por deixar o livro para um segundo momento, pelo menos veja alguns dos pequenos exemplos em que o autor descreve como é ser um essencialista:
- “Escolher brincar com os filhos em vez de comparecer a um evento para aumentar a rede de contatos.”
- “Escolher um dia por semana para não entrar em nenhuma rede social e ficar totalmente presente em casa.”
- “Escolher dar o telefonema habitual ao meu avô de 93 anos em vez de ficar no Facebook.”
As lições desta obra são muitas e elas vão mudar a partir de cada leitor. Entretanto estamos em quarentena, podemos aproveitar o momento para nos ressignificar e essa leitura é uma oportunidade para isso! Nessa jornada me fez estabelecer outras prioridades, pensar em novas rotinas e em concluir algo que muito me afligia: o generalismo é importante, mas o que você faz de diferente é o que te torna essencial.
Até breve!
Forte abraço,
Stéfano B. Girardelli.